Geografia
Localização: Encontra-se na Microrregião de Tangará da Serra. Na Mesorregião Sudoeste matogrossense, distante 160 km da capital – Cuiabá.
Área territorial: 7.229 km². (ATLAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO/PNUD, 2000 e IBGE, 2010)
Relevo: Possui grandes extensões de planícies, às vezes levemente onduladas (EMPAER, 2008), caracterizando um terreno de pouca declividade.
Solo: Na região existem vários tipos, dentre os quais citam-se areias quartzosas, latossolos, cambissolos e afloramentos rochosos. De um modo geral, é de baixa a média fertilidade natural, apresentando acidez moderada. (BERNARDINO, 2006).
Vegetação: Por ser grande o território do município e por encontrar-se em dois biomas, a vegetação varia conforme a região. Observa-se no município a Área de Preservação Permanente, caracterizada pela Mata Ciliar, uma vegetação densa e alta. Apresenta árvores eretas, com altura predominante entre 20 e 25 metros. As espécies típicas desta fisionomia perdem suas folhas na estação seca. Além da Mata Ciliar, observa-se também a Mata de Galeria, uma vegetação de floresta tropical, sempre-verde (não perde as folhas durante a estação seca). Ela é chamada de Mata de Galeria porque as copas das árvores se encontram sobre o curso d’água formando um túnel.
Cidades vizinhas: Ao norte Tangará da Serra, Nova Olímpia e Denise; ao sul, têm-se Rio Branco, Cáceres, Salto do Céu, Jauru, Araputanga, Reserva do Cabaçal e Lambari d’Oeste; a leste, Rosário do Oeste, Alto Paraguai e Porto Estrela e a oeste Pontes e Lacerda.
Clima: Devido localizar-se em uma região de transição de Biomas (Amazônia e Cerrado) o clima é bem característico, sendo classificado como Tropical Quente e Sub-úmido. Apresentando verões chuvosos (Dezembro a Março) e invernos secos.
A precipitação máxima é de 1.750mm, com maior intensidade entre Dezembro a Fevereiro. Neste período as águas dos rios da região sobem cerca de 4 metros, principalmente o Rio Bugres e Paraguai. Em 2010 o Rio Paraguai chegou a subir 8 metros.
A umidade relativa de ar pode chegar a valores extremos, 90 a 98% no período de chuva e 5 a 25% no período de seca.
A temperatura média anual é de 25,5°C.. A maior máxima é de 40° C. e a menor mínima é de 0°C.
População: A população do município cresceu paulatinamente nas últimas décadas. Passando de 22.264 habitantes em 1991 para 31 mil habitantes em 2010 (IBGE 2010) e apresentando uma densidade Demográfica de 5 habitantes por km². Esta população enquadra Barra do Bugres em 18º município mais populoso do estado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA, (IBGE). Censo 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 20 de jan. 2011.
Economia
Aspectos Históricos da Economia
Barra do Bugres tem sua fundação ligada aos ciclos econômicos do estado no final do Século XIX e começo do Século XX, que iniciou-se com o ciclo da exploração vegetal, com os principais produtos a poaia, borracha e o cedro.
Esses ciclos influenciaram na formação populacional e foram também importantes para a evolução e expansão territorial do município.
Desbravamento do Município
O primeiro ciclo econômico e também responsável pela formação de Barra do Bugres foi a poaia, conhecida também como ipecacuanha (Cephaelis Ipecacuanha). Conforme Moraes (2004) a partir do ano de 1878, Barra do Rio Bugres, como era chamada na época, começou a receber os primeiros moradores procedentes de Cuiabá, que vieram em busca do produto. A densidade populacional era muito baixa e os habitantes viviam em pequenos sítios, pelo interior de um grande território que ia além da Serra de Tapirapuã.
A terra barrabugrense passou a ser conhecida como a porta de entrada da região poaeira, única fonte de economia até a década de 1960. Fato este devido ao clima e ao solo propício para o cultivo da poaia. (1)
Economia atual
A economia do município gira principalmente em torno do agronegócio e mais especificamente da indústria sucroalcooleira e bovinocultura de corte. Barra do Bugres conta com uma usina de álcool, biodiesel e açúcar, a Barralcool, que também produz eletricidade, através do bagaço de cana, não só para seu consumo mas também vende para a empresa de energia de Mato Grosso-REDE/CEMAT. Ademais, não só a indústria como também há o abatedouro Vale do Bugres, com capacidade de abate para 400 reses/dia, o frigorífico Barra (em términos de instalação), indústria de ração animal, indústria de madeira, indústria moveleira, serrarias, máquinas de beneficiamento de arroz, marcenarias onde se fabricam móveis e carrocerias, gráfica, metalúrgica, serralherias, indústria de cerâmica (tijolos, lajotas e telhas), também o comércio local organizado e adequado nas normas da associação comercial e industrial de Barra do Bugres, madeireiras, postos de combustíveis e uma infinidade de empresas de pequeno e médio porte que fornece emprego e renda direta e indiretamente e nas quais ainda fornece empregos sazonais.
(1) De acordo com Ozíris do Espírito Santo, Mestre em Agricultura Tropical e Engenheiro Agrônomo da Prefeitura Municipal de Barra do Bugres, em entrevista concedida no dia 19 de outubro de 2010. Embora o solo da região seja procípio para o cultivo da poaia, a extração sem um manejo adequado levou a escassez dessa vegetação na região. Contudo, em parceria com instituições de ensino e financeiras, o município iniciará em 2011, um projeto de cultivo da poaia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA, (IBGE). Censo 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 20 de jan. 2011.
MORAES, Cleonice Aparecida de. História e trajetórias: um estudo sobre o cotidiano dos poaeiros em Barra do Bugres (1930-1960). Dissrtação
MFRURAL. Disponível em : http://www.mfrural.com.br. Acesso em 22 de mar. de 2011
Primeiros Colonizadores
Somente em 1.878, chegaram os primeiros povoadores da área onde se plantariam os fundamentos da atual cidade de Barra do Bugres.
Naquele ano se instalou Pedro Torquato Leite Rocha, procedente de Cuiabá acompanhado de familiares. Ergueu rancho, iniciou o cultivo de produtos de subsistência e cuidou de explorar as cercanias do local em busca da poaia com resultados satisfatórios.
Um ano depois, chegava Pascoal de Oliveira Cabral, que como seu predecessor trazia consigo, camaradas e poaieiros. E assim deu-se o povoamento de Barra do Bugres.
Outros Colonizadores foram:
Nicolau Gomes da Cruz;
Major José Cassiano Correa;
Capitão Tiburcio Valeriano de Figueiredo (Ex- Comandante da Guerra do Paraguai, terminada em 1.870 );
Manoel de Camois Borges e vários outros.
Apoiaram-se na Barra onde há o cruzamento da águas do Rio do Bugres com a correnteza turvosa do Rio Paraguai. Nesse lugar acamparam–se, protegendo-se das intempéries e dificuldades.
Mais tarde outros exploradores adentraram a região e descobriram outras potencialidades que aqui existiam além da ipecacuanha, como madeiras de lei, borracha nativa, diamante e ouro.